95 – The Deadly Mantis (1957)

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The Deadly Mantis


 1957 / EUA / P&B / 79 min / Direção: Nathan Juran / Roteiro: Martin Berkeley, William Alland (história) / Produção: William Alland / Elenco: Craig Stevens, William Hopper, Alix Talton, Donald Randolph, Pat Conway, Florenz Ames


 

Quando você pensa que já viu de tudo nesta década, eis que o subgênero Big Bugs nos mostra uma louva-a-deus gigante como o mais terrível perigo a atacar a humanidade em The Deadly Mantis, filme sequer lançado no Brasil.

Como já expliquei aqui no blog anteriormente, os Big Bugs consistiam em filmes de insetos gigantes (e aracnídeos também, para ser mais preciso), que teve seu pontapé inicial em O Mundo em Perigo, e tem também outros famosos exemplares como Tarântula e O Escorpião Negro. E falando em Tarântula, o mesmo produtor e roteirista William Alland (de O Monstro da Lagoa Negra) também é o responsável por essa fita da Universal.

E além de Alland, outro veterano peso pesado de filmes de sci-fi dirige The Deadly Mantis: Nathan Juran, nome que seria sinônimo de alguns sucessos, também responsável por outros inigualáveis clássicos da década como O Cérebro do Planeta Arous e O Ataque da Mulher de 15 Metros.

Bom, o que falar sobre um ataque de um louva-a-deus gigante, além de enaltecer a criatividade dos envolvidos? Afinal, pensar bem em um louva-a-deus? É genial. Claro que é mais um daqueles divertidíssimos filmes com os militares e cientistas unindo forças contra uma criatura descomunal. Os efeitos especiais de Fred Knoth (não creditado), que também seria responsável pelos efeitos extraordinários (para a época) de O Incrível Homem que Encolheu, não deixa a desejar para aqueles que gostam de dar uma boa risada com o bonecão do inseto. Até que é bem feitinho sabe, mas não convence e assusta ninguém. Isso sem contar as cenas onde o mesmo está voando, uma sobreposição tosca e com um ensurdecedor zumbido chato pra caramba.

Detefon nele!
Detefon nele!

Mas de onde cargas d’água veio esse louva-a-deus? Uma explosão vulcânica em uma ilhota no meio do oceano, faz com que as geleiras do polo norte começassem a se desprender e derreter, e como bem diz a terceira lei de Newton, devidamente explicada no começo do filme, toda ação causa uma reação, então o gigantesco inseto pré-histórico congelado, que frequentava nosso planeta há milhões de anos, acorda da animação suspensa morto de fome, e vê nos seres humanos, sua presa ideal.

Cabe então ao Coronel Joe Parkman (Craig Stevens), com a ajuda do paleontólogo do Museu de História Natural de Washington, Dr. Ned Jackson (William Hopper) e sua bela assistente, Marge Blaine (Allix Talton), todos sob ordens do General Mark Ford (Donald Randolph), primeiramente descobrir o que estava atacando aviões e as bases militares no ártico (antes de ser descoberta a verdadeira identidade do inseto) através de um esporão achado no local da primeira catástrofe e depois encontrar uma maneira de destruir a criatura, que parece ser praticamente indestrutível.

Isso porque quando o louva-a-deus ataca a base militar onde nossos heróis se encontram, ele é alvejado com tiros de metralhadoras e lança chamas que não fazem nem cócegas no animal. Depois, canhões terrestres e mísseis lançados por jatos também não parecem surtir efeito nenhum. Deveriam ter jogado uma tonelada de detefon nele, porque acho que isso faria efeito. Ou então ter construído um chinelo gigante.

Grandes migrações
Grandes migrações

E tem mais! Ao colidir com um dos caças da aeronáutica, o monstro cai dentro de um túnel em Nova York, e lá vai mais uma vez o exército, liderado pelo valente Cel. Parkman encurralar o inseto, e meter chumbo grosso nele, até que enfim, depois de muita bala, eles conseguem se ver livres da praga de uma vez por todas. Detalhe que o bicho começa a emitir uns esganiçados gritos de dor quando atingido. Não sou nenhum entomologista, mas acredito que nenhum inseto faz um som gutural daqueles, não.

Não consigo deixar de pensar o que aconteceria se houvesse dois desses louva-a-deus gigantescos, e fosse um casal macho e fêmea. Seria simplesmente a cena mais incrível da história do cinema se rolasse um acasalamento entre eles, e depois da cópula, a ensandecida louva-a-deus fêmea devorasse sem piedade a cabeça do companheiro ainda vivo, assim como ocorre normalmente na natureza. Mas infelizmente isso não acontece. O insetão aqui era o último de sua espécie.

Enfim, The Deadly Mantis vale cada frame. Tem todo aquele climão característico da década de 50, narrador que parece que está lecionando em alguma aula do Telecurso 2000, inseto gigante tosco, poderio militar, propaganda ideológica bélica e sabedoria científica. Alvo perfeito para as paródias da inteligente série Mistery Science Theater 3000. Pelo menos aqui, como em praticamente todos os filmes do gênero, o louva-a-deus não foi vítima de testes nucleares ou da radiação.

nononono
Louva-a-Deus na pista

5 comentários Adicione o seu

  1. Tom1110 disse:

    O filme foi lançado no Brasil, não sei a data, mas assisti em São Paulo, no cine Art Palácio, se não me engano, entre 1961 e 1964,

    1. Uau, que bacana Tom! Ver Deadly Mantis no cinema deve ter sido uma experiência e tanto!!!

      Obrigado por comentar.

      Abs

      Marcos

      1. Tom1110 disse:

        E foi mesmo, Marcos. É incrível a diferença entre um filme na TV ou nas pequenas salas de agora e “no escurinho do cinema” e numa tela enorme (e a do Art Palácio não era das maiores: fico pensando como seria na tela do Cine República, a maior da América do Sul).

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