The Unnamable
1988 / EUA / 87 min / Direção: Jean-Paul Ouellette / Roteiro: Jean-Paul Ouellette (baseado no conto de H.P. Lovecraft) / Produção: Jean-Paul Ouellette, Dean Ramser; Michael Haley (Produtor Associado); Paul White (Produtor Executivo) / Elenco: Charles Klausmeyer, Mark Kinsey Stephenson, Alexandra Durrell, Laura Albert, Eben Ham, Blane Wheatley
Em um único parágrafo eu irei atestar a “qualidade” de Abominável Criatura: Baseado em um conto de H.P. Lovecraft, com o roteiro escrito em sete dias, filmado em três semanas, orçamento estimado de 350 mil dólares e um dos clássicos do Cine Trash da Band.
O diretor, roteirista e produtor Jean-Paul Ouellette bem que tentou, e o amor pela obra do escritor é visível, mas cá entre nós, era impossível que o filme fosse bom. Primeiro por sabermos a dificuldade que é transpor a obra de Lovecraft para as telas sem cair no ridículo. Segundo que com esse tempo de produção, um orçamento merreca e uma cara de filme Z ao melhor estilo Empire Pictures, a trasheira iria imperar e sabemos muito bem o que acontece nesses casos.
Baseado no conto “O Inominável”, para o fã de Lovecraft, muitas referências bacanas estão todinhas ali: um dos personagens principais é Randolph Carter; a história se passa no condado de Arkham, em Massachussets, aos redores da famosa Universidade Miskatonic; também está presente o Necronomicon, livro proibido escrito pelo árabe louco Abdul Alhazred, e por aí vai.
A trama começa no século XVIII, quando a esposa do feiticeiro Joshua Wintrhop (Delbert Spain) deu a luz a uma criatura, hã, inominável, a qual ele mantém trancada no porão. Em uma fatídica noite, o sujeito é morto pelo monstro, mas antes conjura um feitiço arcano que acaba aprisionado na casa pelos próximo duzentos anos.
Na década de 80, a casa de Wintrhop virou uma espécie de lenda urbana. Randolph Carter (o péssimo Mark Kinsey Stephenson), um estudioso do místico, conta a história sobre a presença da ~ abominável criatura ~ para os jovens calouros Howard (Charles Klausmeyer, usando a alcunha de Charles King) e Joel (Mark Parra). Este último propõe passar uma noite no casebre para ver se os rumores são verdadeiros e claro que já sabemos o que acontece.
No dia seguinte, enquanto Howard se preocupa com o sumiço do amigo e Carter não dá a mínima, as calouras Tanya (Alexandra Durrell) e Wendy (Laura Barnes) querem se enturmar, e por isso, aceitam o desafio do coxinhas veteranos Bruce (Eben Ham) e Blane (John Babcock) de também passar uma noite na casa, para já saberem as artimanhas para burlar os vindouros testes de iniciação da fraternidade. Um a um eles vão sendo caçados pela ~ abominável criatura ~ até que Carter descobre o malfadado Necronomicon e será o único capaze de deter a aberração descobrindo a conjuração de Winthrop.
Bom, a história é simples e tudo vai se arrastando de forma modorrenta com os universitários querendo faturar as garotas, cenas de sustinho como se a casa fosse uma mansão interminável e atuações sofríveis. Já as mortes são extremamente gráficas e sangrentas. O inominável adora arranhar os pobres coitados com suas garras e arrancar suas vísceras, decapitar e estourar a cabeça contra o assoalho, e por aí vai. Sangue não foi economizado e o gore come solto. Mas, o problema é quando a criatura aparece. Aí não tem um argumento para se defender a fita.
Durante boa parte do filme, até seu terceiro ato, Ouellette faz às vezes de um Spielberg não mostrando o monstro, apenas partes de seu corpo, como garras em uma mão peluda e vez ou outra uma perna cabeluda branca com um CASCO DE BODE! Mas quando realmente vemos o bicho em seu esplendor, é uma explosão de risada, dando lugar aos melhores momentos de um Charles Band ou Roger Corman juntos. Na verdade o vilão é uma ~ abominável criatura ~ do sexo feminino (vivida por Katryn Alexander), com corpo de bode, rosto demoníaco, rabo, chifres, cascos e tudo mais. Uma espécie de tinhoso albino. Mas o pior de tudo é o macacão collant que ela usa para, hã, emular a pele branca. É deliciosamente tosco!
Não é a toa que Abominável Criatura é um dos mais queridos da saudosa sessão vespertina de bagaceiras da Rede Bandeirantes. O filme é trash até a medula, tem uma qualidade miserável, ruim para dar com pau e é um representante suprassumo das porcarias adoráveis feitas no gênero durante aqueles prolíficos anos 80. E a porcaria é tamanha que até rendeu uma sequência lançada quatro anos depois.
Serviço de utilidade pública:
O DVD de Abominável Criatura não foi lançado no Brasil.
Download: Torrent + legenda aqui.
ADOREI….. Saudades da minha infância. … Assisti a esse filme criancinha uns 6 anos…. naquelas tardes da band em que o Zé do caixão apresentava aqueles filmes de terror…. hahahahhahaaha Saudades de tudo isso…. obrigada 101 Horror Movies.
Eu sabia que você iria colocar esse filme na lista. Das tranqueiras Bs feitas nos anos 80 essa é uma das minhas favoritas (hahahahaha). Eu devo ser doente de gostar desses filmes, mas alguns (como no caso de “A Abominável Criatura”) são divertidos de ver pela tosquice. A propósito, eu também gosto da sequência que tem a gostosona da Maria Ford (punheteiros de plantão vão se lembrar dela do Cine Prive) e a Julie Strain fazendo a criatura.
Hahahahahaha.. Guilty pleasure gostar disso aí, Papa!
eu assistia todos os filmes do cine trash bons tempos aqueles
Booooooooons tempos!
Simplesmente demais. Esses filmes eram o terror e a alegria da tarde! Que bons tempos…Nos divertíamos muito, e eu ainda ria quando meu irmão ficava com medo, se imaginando na pele dos personagens!!!!